"Ler um livro é como se apaixonar: você entrega seu coração. Às vezes você é correspondido, outras vezes não" - Hi_LC




Paixão do dia: Dom Casmurro - Machado de Assis


sábado, 2 de julho de 2011

As Heranças de Crepúsculo - Parte III - As capas pretas

            Outra influência clara de Crepúsculo foi no estilo das capas. Para quem conhece a série, pelo menos um pouco, sabe que os livros têm um caráter peculiar. Não estou falando dos novos livros, com os atores do filme; me refiro às capas originais, mundialmente conhecidas e “mães” de grandes herdeiros.
            Vamos analisá-las com mais calma:

            As capas têm um único “enredo”: um único desenho. Seu significado não é totalmente claro; o leitor precisa ler o livro e conhecer a história para desvendar a imagem e, inevitavelmente, surgem várias interpretações, o que torna as próprias capas objetos de grande discursão. A tão famosa maçã, a flor “sangrando”, fio partido e a dama branca com o pequeno peão vermelho são grandes marcas da série.
            (Os nomes também são parte do significado da história e também geram várias interpretações. Vou me limitar à parte visual).
            O único desenho é acentuado pelo fundo escuro, que também cumpre um papel importante no significado da capa. O leitor pode até querer olhar para o canto inferior esquerdo da capa, mas o que isso vai adiantar? O fundo é todo preto! O leitor é levado a olhar para o centro, onde tem as imagens, o enredo que ele precisa conhecer. Sem as capas pretas, talvez a Saga não tivesse um tom tão característico.
           
            Conheceremos alguns dos herdeiros de Crepúsculo:

As novas capas de A Mediadora

          A série A Mediadora já tinha capas pretas com um único enredo na frente. Mas era um preto fosco e os desenhos pareciam feitos a mão. Não estou criticando as velhinhas; aliás, eu me encantava com aqueles desenhos.
Desde o sucesso de Crepúsculo aqui no Brasil (segundo semestre de 2008), as capas ganharam um novo design: fundo preto brilhante (a la saga) e imagens “reais”, que também precisavam ser interpretadas. Os antigos desenhos eram claros. Os novos não.           
Como comentário pessoal, eu devo confessar que acho as novas capas bem sexy. Encantadoras...


Morada da Noite

         Ai, minha doce série... Já contei que lançaram o oitavo livro, Despertada? Eu não preciso de muito para ficar feliz...
            Morada da Noite é um herdeiro assumido de Crepúsculo. Se a Saga Crepúsculo fosse um professor ensinando como se faz uma capa, Morada da Noite seria um aluno nota dez. A capa é preta; um desenho toma a parte central da capa. Novamente, o preto brilhante.  
         É claro que nem tudo foi ensinado; o pequeno pupilo também tem seu momento de criação. A cada volume, as cores da capa mudam: rosa, azul, magenta, roxo, laranja, verde, vermelho sangue e amarelo. Os desenhos, aparentemente sem significado, são as Marcas safira, muito comentadas na série.
            Já comentei que até a contracapa do primeiro livro foi inspirada em Crepúsculo. Isso não causou em mim boa impressão quando eu vi o livro pela primeira vez. Ainda bem que eu ignoro a primeira impressão. Às vezes. A partir do segundo livro, a contracapa adquire um novo estilo.

A Hospedeira

         Como um bom filho de mamãe Stephenie, A Hospedeira tinha que receber a herança do irmão. Com o tema laranja, a capa do livro tem o tem o fundo preto. Mas não é o único plano de fundo da capa.
Na verdade, eu consigo perceber dois fundos: um secundário – que é o preto – e o primário – que é o rosto. O rosto não tem desenhos marcantes, na verdade, ele até parece borrado nas bordas. A capa parece convergir para o desenho, o bonito olho com a coroa prateada. Não olhe muito para ele, ou você vai acabar hipnotizado!
            A contracapa de A Hospedeira também se parece muito com a de Crepúsculo, numa versão laranja.

Fallen

         Não posso falar muito de Fallen... Pessoal.
            Esse fundo já não é completamente preto; é possível distinguir o contorno de algumas árvores ao fundo. Elas acentuam o caráter sombrio da história, mas ainda assim funcionam como forma de chamar a atenção para a imagem no centro, a pobre menina com o rosto nas mãos. O que ela tem? Por que parece estar triste? Ou assustada?

Diários do Vampiro

         Não gosto muito de comparar Diários do Vampiro com a Saga Crepúsculo. Eu consigo perceber semelhanças demais e até eu consegui explicar que DV foi lançado em 1991. Lá, aqui ele foi completamente influenciado por Crepúsculo.
            De novo, fundo preto e sombrio. Ainda assim, DV tem seu próprio charme: uma única imagem, sim, mas a meia face mostrada atribui uma característica intrínseca à série. Se você juntar os dois primeiros livros e os dois últimos, terá um rosto completo!      

Beijada por um Anjo


         Olha a série aqui de novo! Nem bem ganhou uma postagem inteira para ela, agora ganha um pequeno comentário.
            Essa também se parece muito com as capas da Saga Crepúsculo. O fundo preto e a pena, asa e a luz ficam no centro, atraindo toda a atenção para elas. A capa, em termos de textos, tem bastante coisa escrita. Um design que é bem marcante até mesmo nas próprias páginas. Eu gosto bastante, acho muito bonito.

Hush, Hush

            O poder dos vampiros chega até os doces anjos... Se você, claro, não considerar Path como um doce...
            Assim como Fallen, essa série não tem o fundo completamente preto. Em vez disso, fundo cinza com contornos de nuvens. Ainda assim, as atenções são levadas à imagem do centro, um anjo em posição de muito sofrimento.
            Cena sombria, mas com todo o sabor da série...

O beijo da Sombras

         Alguém chegou a ver a capa original de O Beijo das Sombras? Completamente preta e com a janela como foco. Devo confessar que ainda não descobri o sentido da janelinha, mas continuo tentando. Se alguém quiser me dar uma luz...
            Essa capa foi rapidamente substituída por novas quando a Saga Crepúsculo atingiu seu auge. Substituída? Eu diria mais forçada. Eles fizeram um capa de papel que encobria a capa original. Por quê?
            Os outros livros seguem as tendências da pseudocapa. Vou confessar que eu prefiro as novas.
            PROMESSA DE SANGUE! Acabei de comprar, vou ler nessas férias!! *ansiosa*

Os Imortais

            Se eu fosse dividir a capa da série em partes, eu poderia fazer assim: fundo preto – bem secundário, nesse caso -, menina linda e o desenho principal – a tulipa, a esfera, as pedras e a vela. Diferentemente de A Hospedeira, a menina também atrai olhares e é parte importante da capa. No caso do quarto livro, ela aparece completa, com rosto e uma colega para dividir a capa com ela (não gostei muito dessa capa).

O morro dos ventos uivantes

         Eu não sou, de jeito nenhum, uma especialista nesse livro. A obra de Emily Brontë tem mais de 150 anos, mas teve uma recente explosão nas vendas de exemplares aqui no Brasil. Por quê?
            A capa! Bem no estilo tradicional de Crepúsculo, a nova edição lançada pela editora Lua de Papel chegou aos primeiros lugares dos mais vendidos da Livraria Cultura. Quem não conhece a história, provavelmente não olharia para a capa de editoras como Martin Claret. Mas, algum fã de Crepúsculo talvez se interessasse por uma edição com uma capa tão conhecida. A fórmula deu certo; o livro vendeu muito.

Quem não herda, não tem...

         Alguns exemplos de capas que não seguem a onda da Saga Crepúsculo:


 Essas capas têm um fundo bastante colorido; há muitas imagens para serem assimiladas, principalemente em A Dança da Floresta. Cada pequeno desenho é um personagem da história.

Hi_LC

3 comentários:

  1. Raianne!!

    Não acho que as capas de Sussurro e de Fallen se inspiram muito nas de Crepúsculo, mas as outras sim. Essa capa de Morro dos Ventos Uivantes é quase um crtl+c crtl+v das capas de Crepúsculo :P

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  2. O morro dos ventos uivantes foi um livro escrito a décadas atrás, e desde de sua primeira versão, já nasceu com a capa preta, um livro mais que admirável na minha opinião, se analisado com um olhar critico e comparado a Crepúsculo, conclui-se que a Stephanie Meyer plagiou muitas das ideias da Emily, este livro é até mesmo citado diversas vezes em Eclipse, e a própria autora da saga admitiu que se inspirou na magia de Bronte.
    Esse livro marca principalmente o surgimento de escritoras, uma verdadeira obra que deveria ser leitura obrigatória par qualquer feminista, quando foi publicado pela primeira vez, a autora teve de usar um nome falso(masculino), pois mulheres da época não publicavam livros...
    Um dos meus livros de cabeceira se posso assim dizer, depois de Romeu e Julieta e Anne Frank, é o meu favorito, se alguém pode se apaixonar pelo amor de Edward e Bella, Lucy e Daniel, Helena e Stefan, com certeza poderá testemunha a história de Cathy e Heathcliff.
    O livro surgiu muito antes de Crepúsculo, por mais que tenha atraído fãs da saga, já era muito vendido mesmo antes da tia Steph ter um certo sonho...

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  3. "O morro dos ventos uivantes" recebe pagamento pela inspiração à Crepúsculo quando a história daquele volta a ser um sucesso best-seller. Não que eu ache ruim. Uma mão lava a outra e as duas lavam os pés. No mercado literário não deve haver competição.
    Quanto à história, confesso que não conheço muito.

    Hi_LC

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