"Ler um livro é como se apaixonar: você entrega seu coração. Às vezes você é correspondido, outras vezes não" - Hi_LC




Paixão do dia: Dom Casmurro - Machado de Assis


terça-feira, 3 de maio de 2011

O clichê nosso de cada dia nos dai hoje...

Hoje eu tive uma aula (muito boa por sinal) sobre "senso comum < informatividade" e, por alguma razão, eu me lembrei dos nossos tão amados clichês.

Por definição, um clichê é um esterótipo (também pode ser uma "Placa fotomecanicamente gravada em relevo sobre metal, usualmente zinco, a traço ou a meio-tom, para impressão de imagens e textos por meio de prensa tipográfica" - Aurélio -, mas falando em literatura...). Hoje em dia, diz-se clichê aquilo que já foi muito usado, e o  termo é usado com um tom pejorativo.

Mas, quando algo deve ser realmente considerado clichê? Por exemplo, uma mulher segurando um bando de livros vai  andando na rua e esbarra em um homem. Preciso terminar de contar? Eles se abaixam ao mesmo tempo para pegar os livros, os olhos se encontram e... os dois se apaixonam perdidamente? Isso já foi usado diversas vezes. É clichê?

Um personagem, durante a história, pensou sempre a mesma coisa. No entanto, no último momento do livro, ele muda de pensamento, geralmente optando por fazer a coisa certa. Isso aconteceu mais vezes do que o exemplo descrito acima. Clichê?

O mocinho conhece a mocinha e eles se apaixonam. É clichê? A história terminar com final feliz. É clichê?

Os exemplos acima acontecem com frequência, mas nem todos são considerados inaceitáveis. O que estou querendo dizer é que, muitas vezes, nós descartamos o clichê como se fosse algo horrível, mas é algo comum.

É claro que ficar usando frases muito utilizadas provoca certa aversão nos leitores, mas as frases ganham um tom especial quando o autor sabe usar seu próprio estilo. Até mesmo uma situação muito usada (como o exemplo do olhar que se encontra) pode ganhar um tom novo e irônico. Ao invés de criar aversão, cria admiração. As pessoas reclamam dos clichês, mas imagine um livro sem eles? Puxa.

Um dia experimente jogar "Clichê" no Yahoo! Respostas. Vocês vão ver do que eu estou falando.

Vale lembrar que situações não são muito utilizadas à toa. Se elas são populares é porque caíram no gosto popular. Se você é um tipo de escritor que odeia coisas muito passadas, tome cuidado ao colocar coisas novas: você pode criar algo não muito agradável para o leitor. É uma faca de dois gumes.

Na verdade, usando a minha modestíssima opinião no assunto, quando um autor tenta sair daquilo que é comum, geralmente ele comete uma grande besteira. Ele tenta fugir do óbvio e acaba com a história. O fato é que você, geralmente, começa uma história sabendo como ela vai terminar. A diferença entre um livro bom e um ruim não é o final, e sim o que o autor vai fazer no meio. E isso é o emocionante.

Hi_LC

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