"Ler um livro é como se apaixonar: você entrega seu coração. Às vezes você é correspondido, outras vezes não" - Hi_LC




Paixão do dia: Dom Casmurro - Machado de Assis


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O mérito dos finais trágicos

Olá, pessoal! Não consigo dizer o quanto eu estou triste por ser tão negligente com o meu blog. A Boa Literatura andou às moscas no último mês. Isso é um vergonha. Vou tentar me dedicar mais a essa atividade de que eu gosto tanto.

***

Recentemente - na verdade, antes de ontem - eu tive uma aula de literatura muito boa. Ok, 99,99% das minhas aulas de literatura são maravilhosas, mas essa última foi especial. Foi uma daquelas aulas magníficas em que o professor fala uma coisa da qual você não concorda e você não consegue parar de pensar naquilo.
Pois é. Minha professora, com todo o carinho que eu tenho por ela, falou algo até legal e que fazia sentido. Mas eu, como uma leitora ativa, devo contestar. Desculpa se vocês não concordarem, mas a questão vai um pouco mais além. Sem mistério, ela disse que os finais felizes são os mais queridos pelo público e que os finais trágicos, geralmente, costumam ser mais bem trabalhados. Ela disse ainda que os finais felizes são rapidamente esquecidos, enquanto os trágicos, por não nos agradarem, ficam mais na nossa cabeça.  
Bom, se me é permitido questionar minha professora de Literatura, que leu infinitamente mais livros do que eu (inclusive livros que eu nem pensaria em ler) e é formada no assunto, eu o farei.
Na minha simples concepção, um livro pode ter três tipos de desenrolar:

1) Simples: O livro não apresenta muitos conflitos, não há grandes problemas e, consequentemente, o final é bem previsível. É o tipo mais fácil de fazer, porque não requer muita criatividade, algo muito além do  comum e o final é feliz. É o caso de muitos livros que temos na livraria. Não me entendam mal; este tipo não é ruim. Na verdade, algum dos livros melhores livros que eu já li são assim. Como exemplo, O Diário da Princesa.

2) Complexo trágico: O livro é cheio de problemas e acaba com alguém morrendo. Raramente (raramente mesmo) eu me deparo com esse tipo de final bem feito. A construção da história  deve ser tal que não haja opção para outro final, a não ser a morte (ou final trágico do gênero). O leitor não pode terminar a história pensando: "Porque ele morreu? Eles não podiam ter feito isso? Ah, não gostei". E esse trabalho com o livro é bem mais difícil. Como exemplo, eu posso citar "Jogo-da-Velha" (há controvérsias). Nesse caso sim, professora, quando o livro é bem trabalhado, o final trágico fica maravilhoso. Eu mesma, quando leio livros assim, me pego pensando no livro. Ele verdadeiramente não sai da nossa cabeça. E a crítica é feita.
            *Agora, com mais frequência, eu vejo livros que tentam dar um final trágico... e saem ruins. É aquele final em que os mocinhos ficam longe (ou mortos) sem nenhuma razão ou importância no livro. Detesto livros assim. É do tipo de livro que eu guardo logo na minha estante e me pergunto porque eu fui ler aquilo. Nesse caso, professora, o livro não fica na minha cabeça de jeito nenhum.

3) Complexo mais do que feliz: é o melhor de todos. Assim como o complexo trágico, esse tipo tem uma história muito problemática. O leitor deve sofrer no meio da história e ele deve chorar: "Ai, meu Deus! Não há solução para isso. Como é que ele/ela vai fazer agora?". A construção deve ser feita de modo que o leitor tenha a certeza que os mocinhos vão ficar longe. A história é quase sem solução. Mas, no final, surpresa: eles ficam juntos! Aí sim, professora, essa história não sai da minha cabeça. Eu posso citar como exemplo a Mediadora. Nem sei explicar como sofri com a história de Jesse e Suzannah, um fantasma e uma mediadora, que tiveram a infelicidade de se apaixonarem. E na penúltima cena, nossa!, eu sofri muito. Foi um clímax... Foi incrível.

Eu, particularmente, não gosto de histórias com o final trágico. Quer dizer, por que eu ia querer uma história longa, pode ser até bem trabalhada, que diga que a vida é uma merda e eu nunca vou poder ter o cara de quem eu gosto? Sinceramente, eu gosto de livros que me dêem esperança e me façam lutar. Gosto de livros bravos e românticos, com cenas melosas e finais felizes. Sou completamente parcial nesse aspecto.  :)

O que eu tenho notado é que uma grande parte dos livros que fizeram sucesso recentemente tendem para o lado triste. Pegando no passado não muito distante,consigo citar: O caçador de pipas, A cidade do Sol (eu não acho o final desse livro tão triste), A menina que roubava livros, A Última Música e Querido John. Sei que no Romantismo as histórias tendiam ao final perfeito, mas hoje as pessoas estão preferindo livros tristes, melosos, que mostram as pessoas sofrendo e que, muitas vezes, acabam tragicamente. Isso é uma pena e faz ter cuidado com o que eu compro.  
        * Se você gostar dos livros do Nicholas Sparks não leia isso: os dois últimos livros se encaixam nos finais trágicos mal-feitos de que eu falei.

É só isso que eu queria comentar, professora. Agora que eu terminei a postagem, eu reconheço que o fato de o final ser trágico leva a uma grande crítica. Jogo-da-Velha não é assim? Porém, nem todos os livros querem fazer uma crítica. Só fazer algo que agrada ao público. E alguns fazem isso muito mal.

Hi_LC

Ps.: Professora, te adoro. Você é a melhor professora de Literatura com que eu já tive o prazer de ter aula. Me alegra muito saber que ainda existem professores bons na minha escola. 

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Instrumentos Mortais - Cassandra Clare

            A minha história com Cidade dos Ossos é bem interessante. O livro foi lançado com uma publicidade enorme. Logo muitos amigos meus (uma amiga em especial) começaram a ler e a me dizer que o livro era incrível, que era a melhor coisa que eles já tinham lido, e tal, tal, tal...

            A situação é que o livro é uma aventura. Quem me conhece sabe que eu tenho um tremendo problema com aventuras. Li um livro uma vez e foi suficiente para me traumatizar profundamente. O livro era grande, chato e muito descritivo. Não foi a melhor experiência da minha vida. Desde aquela época (tem uns cinco anos), eu evito ler aventuras, lendo raros exemplares de vez em quando. Alguns desses livros que li valeram a pena, mas não o suficiente para mudar meu estilo. Eu gosto de histórias românticas. E ponto.
             Minha vida com românticos estava indo muito bem até que eu ganhei Cidade dos Ossos. Pior: o livro não vinha com etiqueta de troca. E como eu não gosto de desperdiçar um livro, li.
            (Só para vocês terem uma ideia, a minha ansiedade para ler o livro foi tanta que eu tive pesadelos antes de começar a ler a série. Deixem os risos para depois).
            Da água para o suco de maracujá, meu pensamento em relação à série mudou radicalmente. Foi um enorme prazer de ler a Cidade dos Ossos, e só tenho coisas boas a dizer sobre o livro.
            A história não é descritiva (graças!), o que já elimina o meu pior problema com livros. Há romance na trama, um romance bem trabalhado, o que é me dá um alívio enorme. O melhor de tudo: a história não é parada; há sempre algo acontecendo.
            Cidade dos Ossos é daquele tipo de livro que você sempre se surpreende. Não foram raras as vezes em que eu parei de ler, olhei fixamente um ponto e exclamei: “Caramba!”. Algumas surpresas não eram realmente surpresas, eu meio que já esperava. Mas a maioria? Nossa! Eu fico até sem palavras.
            Não é à toa que o livro ficou famoso.
            O segundo livro foi lançado não faz um muito tempo. Embora a história não seja tão cheia de surpresas quanto o primeiro volume, ainda permanece o tom dinâmico que me conquistou.

            A série não é das minhas favoritas; afinal, não curto esse tipo de livro. Mas, se eu fosse louca por aventuras, Instrumentos Mortais estaria no topo da minha lista.
           
            Talvez você tenha ouvido falar de Instrumentos Mortais pelas propagandas as paradas de ônibus. Ou talvez pelo comentário criativo da Stephenie Meyer. Mas, se você realmente quiser conhecer a história, você deve ler a série!

Hi_LC

sábado, 2 de julho de 2011

As Heranças de Crepúsculo - Parte III - As capas pretas

            Outra influência clara de Crepúsculo foi no estilo das capas. Para quem conhece a série, pelo menos um pouco, sabe que os livros têm um caráter peculiar. Não estou falando dos novos livros, com os atores do filme; me refiro às capas originais, mundialmente conhecidas e “mães” de grandes herdeiros.
            Vamos analisá-las com mais calma:

            As capas têm um único “enredo”: um único desenho. Seu significado não é totalmente claro; o leitor precisa ler o livro e conhecer a história para desvendar a imagem e, inevitavelmente, surgem várias interpretações, o que torna as próprias capas objetos de grande discursão. A tão famosa maçã, a flor “sangrando”, fio partido e a dama branca com o pequeno peão vermelho são grandes marcas da série.
            (Os nomes também são parte do significado da história e também geram várias interpretações. Vou me limitar à parte visual).
            O único desenho é acentuado pelo fundo escuro, que também cumpre um papel importante no significado da capa. O leitor pode até querer olhar para o canto inferior esquerdo da capa, mas o que isso vai adiantar? O fundo é todo preto! O leitor é levado a olhar para o centro, onde tem as imagens, o enredo que ele precisa conhecer. Sem as capas pretas, talvez a Saga não tivesse um tom tão característico.
           
            Conheceremos alguns dos herdeiros de Crepúsculo:

As novas capas de A Mediadora

          A série A Mediadora já tinha capas pretas com um único enredo na frente. Mas era um preto fosco e os desenhos pareciam feitos a mão. Não estou criticando as velhinhas; aliás, eu me encantava com aqueles desenhos.
Desde o sucesso de Crepúsculo aqui no Brasil (segundo semestre de 2008), as capas ganharam um novo design: fundo preto brilhante (a la saga) e imagens “reais”, que também precisavam ser interpretadas. Os antigos desenhos eram claros. Os novos não.           
Como comentário pessoal, eu devo confessar que acho as novas capas bem sexy. Encantadoras...


Morada da Noite

         Ai, minha doce série... Já contei que lançaram o oitavo livro, Despertada? Eu não preciso de muito para ficar feliz...
            Morada da Noite é um herdeiro assumido de Crepúsculo. Se a Saga Crepúsculo fosse um professor ensinando como se faz uma capa, Morada da Noite seria um aluno nota dez. A capa é preta; um desenho toma a parte central da capa. Novamente, o preto brilhante.  
         É claro que nem tudo foi ensinado; o pequeno pupilo também tem seu momento de criação. A cada volume, as cores da capa mudam: rosa, azul, magenta, roxo, laranja, verde, vermelho sangue e amarelo. Os desenhos, aparentemente sem significado, são as Marcas safira, muito comentadas na série.
            Já comentei que até a contracapa do primeiro livro foi inspirada em Crepúsculo. Isso não causou em mim boa impressão quando eu vi o livro pela primeira vez. Ainda bem que eu ignoro a primeira impressão. Às vezes. A partir do segundo livro, a contracapa adquire um novo estilo.

A Hospedeira

         Como um bom filho de mamãe Stephenie, A Hospedeira tinha que receber a herança do irmão. Com o tema laranja, a capa do livro tem o tem o fundo preto. Mas não é o único plano de fundo da capa.
Na verdade, eu consigo perceber dois fundos: um secundário – que é o preto – e o primário – que é o rosto. O rosto não tem desenhos marcantes, na verdade, ele até parece borrado nas bordas. A capa parece convergir para o desenho, o bonito olho com a coroa prateada. Não olhe muito para ele, ou você vai acabar hipnotizado!
            A contracapa de A Hospedeira também se parece muito com a de Crepúsculo, numa versão laranja.

Fallen

         Não posso falar muito de Fallen... Pessoal.
            Esse fundo já não é completamente preto; é possível distinguir o contorno de algumas árvores ao fundo. Elas acentuam o caráter sombrio da história, mas ainda assim funcionam como forma de chamar a atenção para a imagem no centro, a pobre menina com o rosto nas mãos. O que ela tem? Por que parece estar triste? Ou assustada?

Diários do Vampiro

         Não gosto muito de comparar Diários do Vampiro com a Saga Crepúsculo. Eu consigo perceber semelhanças demais e até eu consegui explicar que DV foi lançado em 1991. Lá, aqui ele foi completamente influenciado por Crepúsculo.
            De novo, fundo preto e sombrio. Ainda assim, DV tem seu próprio charme: uma única imagem, sim, mas a meia face mostrada atribui uma característica intrínseca à série. Se você juntar os dois primeiros livros e os dois últimos, terá um rosto completo!      

Beijada por um Anjo


         Olha a série aqui de novo! Nem bem ganhou uma postagem inteira para ela, agora ganha um pequeno comentário.
            Essa também se parece muito com as capas da Saga Crepúsculo. O fundo preto e a pena, asa e a luz ficam no centro, atraindo toda a atenção para elas. A capa, em termos de textos, tem bastante coisa escrita. Um design que é bem marcante até mesmo nas próprias páginas. Eu gosto bastante, acho muito bonito.

Hush, Hush

            O poder dos vampiros chega até os doces anjos... Se você, claro, não considerar Path como um doce...
            Assim como Fallen, essa série não tem o fundo completamente preto. Em vez disso, fundo cinza com contornos de nuvens. Ainda assim, as atenções são levadas à imagem do centro, um anjo em posição de muito sofrimento.
            Cena sombria, mas com todo o sabor da série...

O beijo da Sombras

         Alguém chegou a ver a capa original de O Beijo das Sombras? Completamente preta e com a janela como foco. Devo confessar que ainda não descobri o sentido da janelinha, mas continuo tentando. Se alguém quiser me dar uma luz...
            Essa capa foi rapidamente substituída por novas quando a Saga Crepúsculo atingiu seu auge. Substituída? Eu diria mais forçada. Eles fizeram um capa de papel que encobria a capa original. Por quê?
            Os outros livros seguem as tendências da pseudocapa. Vou confessar que eu prefiro as novas.
            PROMESSA DE SANGUE! Acabei de comprar, vou ler nessas férias!! *ansiosa*

Os Imortais

            Se eu fosse dividir a capa da série em partes, eu poderia fazer assim: fundo preto – bem secundário, nesse caso -, menina linda e o desenho principal – a tulipa, a esfera, as pedras e a vela. Diferentemente de A Hospedeira, a menina também atrai olhares e é parte importante da capa. No caso do quarto livro, ela aparece completa, com rosto e uma colega para dividir a capa com ela (não gostei muito dessa capa).

O morro dos ventos uivantes

         Eu não sou, de jeito nenhum, uma especialista nesse livro. A obra de Emily Brontë tem mais de 150 anos, mas teve uma recente explosão nas vendas de exemplares aqui no Brasil. Por quê?
            A capa! Bem no estilo tradicional de Crepúsculo, a nova edição lançada pela editora Lua de Papel chegou aos primeiros lugares dos mais vendidos da Livraria Cultura. Quem não conhece a história, provavelmente não olharia para a capa de editoras como Martin Claret. Mas, algum fã de Crepúsculo talvez se interessasse por uma edição com uma capa tão conhecida. A fórmula deu certo; o livro vendeu muito.

Quem não herda, não tem...

         Alguns exemplos de capas que não seguem a onda da Saga Crepúsculo:


 Essas capas têm um fundo bastante colorido; há muitas imagens para serem assimiladas, principalemente em A Dança da Floresta. Cada pequeno desenho é um personagem da história.

Hi_LC

terça-feira, 28 de junho de 2011

"A despeito de" o Súcubo

         Pessoal, primeiro quero compartilhar uma novidade maravilhosa (pelo menos para mim): EU ORGANIZEI A MINHA ESTANTE! É tão bom olhar para ela e ver que os meus livros estão todos nas devidas prateleiras, sem nenhum livro fora do lugar ou caindo, com espaço para todo mundo... Infelizmente, eu sinto que não será para sempre assim e em um ou dois meses, eu vou ter um monte de livros-sem-prateleira.
           
            Ok, voltando ao Súcubo.

            Já cheguei a falar aqui de Academia de Vampiros, de Richelle Mead? Acho que devo ter comentado alguma coisa sobre a série em “As Heranças de Crepúsculo – Os vampiros que vieram depois”. Agora não me importa muito a série, mas a autora. No final do ano passado, eu esbarrei com ela nos livros “A Canção do Súcubo” e “O poder do Súcubo” e é justamente sobre eles que eu pretendo comentar agora.

            O que é um súcubo? Se você se fez essa pergunta, relaxe: você não é o único. Enquanto eu lia os livros, foi a pergunta que eu mais ouvia. Então, antes de dizer qualquer coisa, vamos a definição.
            Um súcubo é uma criatura das trevas que pode assumir várias formas e consegue energia vital beijando os homens (e outras cositas mais...). É sempre “o súcubo”. Não existe “a súcuba”, embora “súcubo” designa uma criatura feminina. Um ser com as mesmas características de um súcubo, mas do gênero masculino é chamado de íncubo.
            Georgina Kincaid é um súcubo, uma mulher com altos atrativos e um desejo inesgotável por energia vital. Mas, depois de séculos vagando pela Terra, ela está meio cansada de não poder se envolver emocionalmente com alguém. Como ela poderia beijar um homem, se ele cai desmaiado logo depois? Essa é justamente a trama da série.
           
 Uma história maravilhosa, sem dúvida. A linguagem é incrível, daquele tipo, despojada, que envolve e apaixona. O estilo de Richelle Mead, espelhado na série, é daquele que tem domínio da linguagem, sem ser agressivo.
            E os personagens? O escritor Seth me faz sonhar, principalmente no segundo livro. Ah, o segundo livro, em que tudo pega fogo, como se a autora estivesse fazendo banana flambada...

            Enfim, o livro dispensa comentários. O que eu quero comentar nessa postagem é sobre um erro que pode acabar com um texto. No caso de “A canção do Súcubo”, não acabou, mas deixou a escrita um pouco feia.
            Tudo que é demais enjoa, não é mesmo? Com textos, é a mesma coisa. Algo que fica bonito, algo que ninguém usa, atribui ao texto um charme próprio que é bem reconhecido. Mas é como um professor meu diz: “Moçada, mas use esse truque só uma vez, se não o examinar percebe o nosso truque e desconta uns pontinhos”.
            A tradutora do livro quis usar a conjunção concessiva “a despeito de”. Uma construção brilhante, sem dúvida. Poucas pessoas sabem usá-la bem e, justamente por isso, quando aparece num texto, ela explode e é como uma chuva de fogos de artifício.
            O que aconteceu na tradução do livro foi que tentou-se usar essa técnica muito, todas muito bem empregadas. Porém, houve muitas explosões, o céu ficou colorido demais, brilhante demais. Não ficou bom. E eu senti isso muito, pois – como eu leio relativamente rápido – eu percebi as “a despeito de” com uma frequência muito grande. O primeiro livro foi assim. O segundo não foi diferente.        
            Alguém pode se perguntar: “será que a conjunção foi usada mais vezes do que as outras?”. Eu acredito que não. Eu acho que, se formos contar as aparições das outras conjunções, separadamente, elas devem dar mais do que a “a despeito de”. Só que é como eu falei: é uma explosão, é chamativa. Embora, mas, e nem chamam tanta atenção. Só se forem usadas em excesso. Em muito excesso. (existe essa construção?)
           
            A despeito das minhas críticas (olha ela aí), o livro é excepcional e eu mal posso esperar para ler o terceiro “O sonho do súcubo”, que, inclusive, já lançou!!!!

            Ah, por falar nisso, lançou o oitavo livro de “Morada da Noite”, Despertada. Ele é amarelo com preto, parece uma abelhinha, e me dá água na boca só de pensar.


Hi_LC

terça-feira, 14 de junho de 2011

As falhas de "Beijada por um anjo"

Nossa, pessoal. Vamos desconsiderar o tempo que eu fiquei em silêncio e vamos seguir em frente...

O blog ficou tão escuro e vazio...

***

Hoje eu resolvi falar da série "Beijada por um anjo", porém não do jeito que eu costumo falar de outros livros. Eu não gosto de falar mal das coisas, mas quanto à série eu tenho que falar. Sou uma pessoa muito sensível com relação à escrita e passei uma semana muito dolorosa lendo "A força do amor" (segundo livro da série).
Os três livros que fazem parte da série

A história até que é boa. Um casal de adolescentes vivia na mais maravilhosa paz, ainda que eles brigassem um pouco porque ela acreditava fielmente em anjos e ele não. Mas, depois que ele morre e vira um anjo, ela deixa de acreditar na criatura de asas, justamente quando ele se tornou um!

Até aí tudo bem. O problema é a terrível falta de coesão e coerência do livro. Não sei se é um problema da tradução ou da própria autora (eu acredito que seja da autora). A autora salta de uma parte da história para outra sem deixar claro para o leitor. A cena muda e o leitor fica perdidinho... Tem vezes que a autora muda no meio do diálogo. Eu quase morri de tão confusa!

Mas o cúmulo para mim foi quando ela passou do prólogo para a história sem nenhum aviso. Ela voltou três meses no tempo e leitor nem ficou sabendo disso! Na minha modéstissima opinião isso é um absurdo.
Faltou um espaço no livro.
 O livro tem três volumes. Não sei se eu vou ler o terceiro. Se bem que eu sou uma pessoa inocente e que acredita que os livros pdoem melhorar. Sem falar que o livro é barato.

Hi_LC

domingo, 22 de maio de 2011

Brasil e seus leitores

Primeiramente, com relação à última postagem deixada na nossa querida A Boa Literatura: Eu pretendo fazer uma postagem sobre Instrumentos Mortais (e já respondendo, a minha opinião é a melhor possível sobre essa série), mas eu primeiro quero acabar de ler o segundo livro - Cidade das Cinzas -  para ter algo mais para contar.

***

Ok, eu vou basear a minha postagem de hoje em um vídeo que eu peguei no site do UOL. Mesmo que o vídeo acabe de maneira abrupta, eu acho que tem algumas coisas nele boas de serem trabalhadas.

Existem muitos comentários que eu gostaria de fazer sobre esse vídeo. Vou tentar fazer por ordem de aparecimento:

Comentário nº 1: Sobre os livros mostrados

Olha como são os livros que aparecem no vídeo. Muitos estão surrados, com a capa rasgada e provavelmente devem cheirar a morfo. E eu não vi nenhum dos livros famosos que a gente vê hoje em dia, ou seja, provavelmente os livros já estão entrando na meia-idade.
Eu não sei se isso foi proposital - os editores da reportagem quiseram fazer uma crítica sobre a nossa visão de livro - ou se eles foram infelizes. Embora a minha opinião sobre os livros em questão seja muito ruim, devo admitir que essa é meio a visão que o pessoal ODL (out das livrarias) tem dos livros. Mas eu não que a reportagem vai conseguir melhorar a leitura brasileira mostrando livros velhos.

Comentário nº 2: Sobre as estatísticas

Sem brincadeira, pessoal. 4 LIVROS POR ANO?! Quase ri quando eu li essa estatística. Eu não sei se eu ri mais dessa ou a dos países desenvolvidos. Vamos combinar que 10 livros por ano é uma quantidade miserável. Desculpe se pareço presunçosa, mas puxa. O ano tem 12 meses. Se você ler um livro por mês (o que dá 4 suficientes semanas. E eu não estou falando de livros de 500 páginas), serão 12 livros por ano! O povo (e eu me refiro ao mundo inteiro - com exceções, óbvio) é incapaz de fazer essa simples tarefa.
Acho que falta um pouquinho de determinação no pessoal. Quando a gente começa um livro, é para acabá-lo! Um livro por mês não é nada impossível.
Como meu professor de Redação sempre diz: "Leia meia hora por dia. Sábado e domingo também são dias."

Comentário nº 3: Os motivos para o baixo número de leitores - Alto custo do livro

Eu não sei nem por onde começar. "Alto custo do livro"?! Vamos vender livros a 5 reais. Agora alguém vai querer comprar?
A questão não é o alto preço dos livros (que não são tão altos assim). A questão é que não há o interesse de comprar os livros e usa-se a desculpa "Ah, os livros são muito caros". Dinheiro para roupas, viagens e festas há. Não quero parecer preconceituosa ao desmerecer essas coisas, mas é o que eu realmente sinto. Se sua prioridade não é comprar livros, tudo bem, eu entendo. Mas, por favor, não fique culpando o pobre dos livros. Eles não tem culpa de você não querer lê-los.
Além disso, vamos combinar que os livros nem estão tão caros assim. Ok, tirando os livros da Intríseca e da Record, que tem um preço um tico mais salgado, há livros que você compra por 20 reais. Em promoções da Saraiva, eu consigo comprar alguns livros por 15 reias. É suficientemente barato?
Leonardo Cunha escreveu uma crônica muito boa sobre isso. Ele se baseou numa palestra de Pedro Bandeira (como eu amo o Pedro Bandeira) sobre esse assunto. É muito interessante. A crônica está no livro "Manual de Desculpas Esfarrapadas". Divertidíssimo.

Comentário nº 4: Os motivos para o baixo número de leitores - Falta de incentivo a leitura

Com essa parte eu concordo. Há algum tempo eu venho trocando e-mails com uma colega e um dos assuntos sobre o qual a gente falou foi incentivo a leitura por parte dos professores. Vou copiar trecho dos e-mails para exemplificar minha opinião:




"Eu acho que esse é o problema do povo brasileiro. Um dia, meu professor de português disse que a gente não deveria ler Crepúsculo e sim livros que nos fizessem pensar, como Machado ou Clarisse Lispector. Agora você pensa: metade do pessoal que nunca lia estava lendo Crepúsculo! Como ele pode falar que um livro desses não presta? O livro fez história! E não foi a primeira vez que eu ouço isso. Acho que os professores deveriam ser mais cuidadosos. Eu tenho uma professora de Literatura muito boa. Na primeira aula dela, ela disse: "Gosto muito de Machado de Assis [e começou a falar um monte de coisas boas sobre ele]. Mas o importante é que você leiam algo que vocês se identifiquem" Acho que é assim que deve ser a abordagem." - Hi_LC
"Concordo com você, eu acho que acima de tudo, o importante é ler, até porque é melhor ler alguma coisa (mesmo que seja um romance "água com açúcar") do que não ler nada. É claro que é importante diversificar a leitura, até pra aumentar o conhecimento, mas daí a falar que você deveria estar lendo isso e não aquilo, é demais! Acontecia coisa semelhante com os livros de Harry Potter a um tempo atrás. Muita gente que não lia nada, começou a ler por causa de Harry Potter e muitos professores reclamavam, quando eles deveriam estar agradecendo, afinal, eles estavam começando a entrar no mundo da leitura, quem sabe o que poderia acontecer depois?" - JdS (nome abreviado)
"Quanto a José de Alencar, entendo perfeitamente o que você quer dizer, mas os brasileiros não leem mais não por terem lido livros clássicos (que são aparentemente mais complexos) e sim por terem lido esses livros na hora errada. Eu costumo dizer que pra você apreciar a leitura de um livro e compreendê-lo, você tem que ler esse livro no momento correto. Então, se você coloca um adolescente de 12 anos pra ler O Guarani, ele, provavelmente, vai achar um saco, vai pensar que todos os livros são chatos e vai parar de ler. Mas um livro como O Guarani não deve ser lido por uma pessoa de 12 anos, simplesmente porque ela não vai ter condição de entender a mensagem, não vai ter a maturidade suficiente pra compreender um livro que foi escrito no século passado, em outra realidade e aí, consequentemente, ela não vai gostar. Foi nisso que as pessoas erraram. Os professores colocavam crianças para ler Machado de Assis ou José de Alencar! É óbvio que elas iriam odiar!" - JdS
É essa a idéia. Acho desnecessário qualquer comentário além dessas citações. Mas eu tenho que fazer um apelo aos professores, principalmente os de português: Por favor, nunca desmotivem seus alunos. Pode ser que vocês não concordem com o que ele está lendo, mas nunca falem que tal livro não presta. Se vocês quiserem que eles leiam Machado de Assis, mostre como este pode ser bom. E não como outros livros podem ser ruins.

Meu sonho é ver o Brasil competitivo no mercado literário internacional. Para isso, os escritores brasileiros (principalmente os atuais) deveriam ser mais valorizados. Alguém aqui já ouviu falar de Paula Pimenta e Vivianne Fair? São excelentes escritoras. Melhores do que muitos estrangeiros por aí. Vamos valorizar o que é nosso, pessoal.

Hi_LC

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Morada da Noite - P.C. Cast & Kristen Cast

Eu já andei falando sobre Morada da Noite naquela minha postagem sobre os livros que vieram depois de Crepúsculo, não?
Pois é, mas eu sinceramente acho que Morada da Noite merece muito mais do que três linhas em um comentário superficial.

Como eu disse sobre Morada da Noite na minha postagem "As Heranças de Crepúsculo - Parte II - Os Vampiros que vieram depois":

Devo confessar que os editores cometeram uma falta no primeiro livro. A contra-capa é uma versão rosa-shoking da contra-capa de Crepúsculo e isso gera uma comparação desnecessária. Os editores logo corrigiram o erro e a contra-capa do segundo livro foi diferente.

Essa comparação direta com Crepúsculo (a que eu me referi logo acima) gerou uma relação muito grande com esta grande saga, o que tem seus lados positivos e negativos. O lado negativo é que muitas pessoas (estúpidas, devo dizer) acharam que Morada da Noite era cópia de Crepúsculo. Não é verdade.
As autoras: P.C. Cast e sua filha Kristen

Primeiramente, o foco de Crepúsculo é o amor entre Edward (um vampiro) e Bella (uma humana). Não tem nada disso em Morada da Noite. Na verdade, você até pode pensar em uma relação entre Zoey e Heath, ou mesmo pensando na Zoey e seus três namorados... mas não é nada muito forte. O foco de Morada da Noite é a amizade entre Zoey, Damen, Stevie Rae, Erin e Shaunee. Você nota um vínculo muito forte, do tipo Amigos-para-todas-as-horas. É muito bonito de se ler.

Além disso, os vampiros de Crepúsculo e de Morada da Noite têm jeitos diferentes de serem transformados em vampiros. Enquanto naquele o jeito é mais clássico - por meio de mordidas sem sugar o sangue inteiro -, neste a transformação acontece por meio de mutações genéticas durante a adolescência. Aí o novato ganha um marca incompleta de safira.

Outra coisa legal em Morada da Noite é o rumo que a história toma. Quer dizer, no primeiro livro - Marcada -, a Zoey chega na escola nova e encontra aqueles personagens clássicos: a novata malvada que fica aprontando para cima dela, o novato gostosão que se encanta por ela, a veterana boazinha que é como uma guia... Tudo muito comum. Mas, com o decorrer da série, esses "mitos" vão sendo quebrados um a um. É muito interessante comparar o primeiro livro da série com o sétimo. As histórias são muito diferentes. É quase inacreditável ver como as coisas começaram e como elas estão.


Os oito livros. Já há edições em português do sétimo livro, Queimada

No sexto livro a história dá uma guinada muito boa. A partir desse livro há mais preocupação com romances e amores impossíveis. O foco narrativo sai um pouco da Zoey e vai para a Neferet, a Aphrodite, Kalona e, principalmente, a Stevie Rae.

Bem, toda essa postagem foi para dizer que eu ESTOU LOUCA PARA LANÇAR O OITAVO LIVRO!!!
*esperando desesperadamente por Despertada*

Merry meet...